Último Domingo de Maio foi escolhido para o “ Dia Nacional da Gastronomia Portuguesa “

Na sequência da consagração do projeto, subscrito por deputados de todo o país na Assembleia da República, e que veio a culminar no texto conjunto aprovado por unanimidade no passado dia 26 de Junho, do “Dia Nacional da Gastronomia Portuguesa” e não perdendo tempo, a Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, mãe da iniciativa, realizou já no passado dia 13, na Casa das Confrarias, no Casino da Figueira da Foz, a cerimónia da tomada de posse da Comissão Nacional composta por 30 entidades que irá ter a ser cargo, dar corpo ao programa para o primeiro destes dias que será celebrado a dia 29 de Maio de 2016.

A esta cerimónia que foi presidida pelo ministro Miguel Poiares Maduro e para  além das entidades empossadas, estiveram também presentes representações de confrarias gastronómicas federadas entre as quais a Confraria Gastronómica do Cabrito e da Serra do Caramulo, na qualidade de membro associado, assim como membro dos Órgãos Sociais da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas. Acompanhou a Confraria representante do Concelho de Tondela naquele que foi um momento de extrema importância para a Gastronomia Nacional, o Vereador Pedro Adão da Câmara Municipal de Tondela.

Nas intervenções da Presidente da Federação, Olga Cavaleiro, e do ministro Poiares Maduro ficou bem vincada a importância da Gastronomia que para além de constituir um importante ativo económico, cultural e histórico consegue ser também uma das mais importantes alavancas da economia do País porque a gastronomia e os setores que lhe estão associados representam cerda de 20% do PIB.

Gastronomia portuguesa é património cultural imaterial, é o tangível de um enorme intangível. É saber-fazer, é a singularidade dos processos de produção que trazem ao de cima, como o azeite na água, a arte da cozinha. É exuberância, multiplicidade, diversidade. Cada região apresenta uma paleta de sabores, aromas e texturas que a individualizam e a fundem num coletivo harmonioso. A diversidade é riqueza e não defeito e é o resultado da confluência de várias culturas gastronómicas como sejam, a dieta mediterrânica centrada na trilogia do vinho, trigo e azeite, na dieta continental fundamentada nas especificidades das raças autóctones e na dieta atlântica resultante da extensa costa enquanto reserva piscícola de Portugal. Desde sempre que se construiu pelo encontro com outros povos e culturas dando origem a sabores singulares. Gastronomia Portuguesa é alimentação variada e colorida que permite uma vida saudável. É a conjugação de alimentos que dão anos de vida. É elemento de atracão turístico às pequenas e grandes localidades. Vamos porque queremos saborear e conhecer um pouco mais de determinado produto. O turista quer conhecer o produto, saber mais sobre ele, ajudar a produzir.

No final da cerimónia realizou-se uma confraternização com degustação de pratos, produtos e vinhos oferecidos pelas Confrarias participantes onde puderam ser apreciadas algumas das melhores iguarias da nossa Gastronomia.

Ilustre Confrade Honorário, da Confraria Gastronómica do Cabrito e da Serra do Caramulo, apresentou o seu livro.

Aos 100 anos de idade, o cónego José Ribeiro dos Santos, apresentou no último sábado, dia 11 de Julho, na Biblioteca Municipal de Tondela, o livro “Monstro Fabuloso Adormecido, acorda, irrompe e urbaniza…”, Com a chancela da RVJ – Editores, a obra, que resultou da compilação de alguns dos seus manuscritos, estudos, pensamentos, recolhas e ideias sobre a Serra do Caramulo.

Os textos são fruto da sua experiência e vivência, da consulta de documentos vários, nomeadamente atas da Comissão de Iniciativa de Paredes do Guardão e da Sociedade de Propaganda do Caramulo, e também dos testemunhos identificados e recolhidos durante os 60 anos em que o “Monstro fabuloso adormecido” irrompeu e muito urbanizou.

O cónego José Ribeiro dos Santos nasceu em Campo de Besteiros, a 14.02.1915. Foi pároco do Guardão durante 56 anos. É membro correspondente da Academia Lusíada de Ciências, Letras e Artes. É um apaixonado pela Serra do Caramulo e um estudioso da sua História e do seu património material e imaterial. Durante vários anos foi o diretor e único responsável pelo “Jornal Caramulo”, de periodicidade mensal, que se publicou de 1988 a 1998.

A larga experiência de vida e de sacerdote na Serra do Caramulo, tantos anos, dá o direito ao cónego José Ribeiro de falar dela com toda a propriedade e o conhecimento das coisas e das pessoas, pelo que achamos que essa sua obra irá agradar aos seus leitores e às gentes caramulanas, constituindo, certamente, mais uma achega para a valorização e promoção do território.

Por curiosidade, diremos que foi Amorim Girão quem denominou a Serra do Caramulo de “Monstro fabuloso adormecido”, a qual contemplava da sua aldeia de Fataunços (Vouzela), enquanto José Júlio César, de S. João do Monte, dizia que era “a mais linda serra” de Portugal.